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Domingo, 17 de Junho de 2007
The Other Doors + Aladdin Spiders
Concerto na Sala Bikini, Barcelona, 15/6/2007

Não esperava haver uma banda antes dos "teloneros", e foi uma boa surpresa na mesma tarde saber que seria um tributo aos Doors.

Apesar de chegar já a meio da sua performance, julgo que me permitiu ver o mais importante: a música dos Doors é de facto intemporal, mas alguns devaneios da mesma só são permitidos a alguns iluminados (naturalmente ou com o auxílio de algumas substâncias).

Cheguei ao som de When the Music's Over, uma das minhas favoritas da banda, e foi imediatamente visível o que mencionei. O vocalista era o que mais se esforçava por se manter fiel a quem prestava tributo: a vestimenta fiel ao original, alguns saltos estudados, e em grande parte a voz muito próxima da do Jim Morrisson. Porém, o ritmo marcado da bateria, muito sincopado e com pouca onda psicadélica, imediatamente desvanecia a possibilidade de fecharmos os olhos e esperarmos sentir um pouco da presença dos Doors na sala.

De qualquer modo, foram momentos divertidos, em que me escangalhei a rir com o teclista - passou o tempo a olhar para o público, com um ar meio alucinado, como de quem diz "mas o que estão estas pessoas a fazer aqui???".




Tempo para um cigarro (lá fora na rua, fruto das legislações sobre o tabaco) e já desço as escadas a ouvir Five Years. Imagino um ser ruivo e de cabelo em pé no palco, mas deparo com uma banda que nada se preocupou em seguir o aspecto visual de nenhum dos Spiders from Mars. Nada de preocupante, até porque acho que seria um sacrifício assustador para o baixista (o Trevor Bolder utilizava umas patilhas enormes, daquelas que davam para fazer tranças, e convenhamos que não é a melhor opção estética).

A banda propunha-se repassar momentos da carreira de David Bowie entre 1969 e 1985 e para isso fez uma selecção de temas bastante feliz, na minha opinião, considerando que o set durou cerca de uma hora e um quarto.

A voz, demasiado preocupada em acertar a nota de base, evitava os trejeitos de Bowie a encerrar os versos, o que retirava muita élan aos temas. Além disso, a falta de conhecimento de algumas letras - não tanto a nível das palavras, mas mais a nível da compreensão das mesmas - retiravam alguma expressividade. Exemplos: nao cantar "I had to phone someone so I picked on you, you, you..." em Starman com um tom muito provocante é meio caminho andado para a música falhar. Além disso, uma falha inconcebível em Quicksand incomodou-me de sobremaneira, e logo numa frase tão importante no contexto da música: em vez de "knowledge comes from death's release" foi cantado "knowledge comes from death's disease"!!!
A bateria foi o elemento que menos gostei graças à sua gritante falta de gosto: "Heroes" não precisa de variações no bombo, é suposto ter um ritmo hipnótico; o splash não serve como crash no final das estrofes; pedal duplo só para fazer barulho no final dos temas é chunga!
A guitarra, mercê do fraco som (falo das definições no amplificador, não do PA) e de alguma falta de dedos, não resistia a puxadas mais fortes: os solos de Moonage Daydream foram só o exemplo mais gritante. O incrível foi que nem o maravilhoso riff de Rebel Rebel soou forte; como é possível???!!!

Apesar de todas estas críticas negativas, evitei centrar-me nas mesmas e tentei usufruir do prazer de se estar a ouvir música lindíssima e intemporal com mais pessoas que partilham a minha paixão por David Bowie. Houve alguns momentos mágicos, como Space Oddity (cantada em uníssono pelas cerca de 200 pessoas na sala) ou Ashes to Ashes (primeira abordagem ao trabalho de Bowie pós-70).

Sei que é extremamente ingrato o papel duma banda de tributo, pois presta-se a comparações com artistas de vulto - e neste caso, com um dos melhores artistas de sempre, na minha opinião. Assim, decidi não me preocupar em demasia com o facto de não estar a assistir verdadeiramente ao renascimento do Bowie duma determinada fase, mas desfrutar do prazer da intemporalidade destas músicas. Apesar de todas as notas que fiz atrás, garanto que não fui picuínhas (sim, imaginem se fosse).
publicado por ladoc às 15:25
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